[Resenha] Verão - Edith Wharton

(Imagem: Pedrazul Editora)
Título da obra: Verão
Autora: Edith Wharton
Editora: Pedrazul
Páginas: 219

Ainda não sei ao certo como resenhar este livro, mas vou tentar =), antes disso uma pequena pausa para admirar a capa desse livro e todos os seus detalhes.
💙💚
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Este livro é uma obra exclusiva para o Clube de Leitores da Pedrazul Editora, então só poderá adquiri-lo quem é assinante. Ele veio na caixinha chamada Nova Inglaterra, e a obra me surpreendeu muito. Sério, iniciei o livro pensando que a história seria de um jeito e ela pegou um rumo completamente diferente. 

Nunca havia lido nada sobre a Edith Wharton, mas já havia ouvido falar super bem de uma outra obra dela A Casa da Alegria, então fiquei bem feliz quando recebi a caixinha com um livro dela, finalmente teria a oportunidade de ler algo dessa autora.

Neste livro temos como personagem principal a Charity Royall, que havia sido resgatada da Montanha, que é descrito no livro como um lugar horrível,  sendo criada no vilarejo de North Dormer pelo Mr. Royall e sua esposa. Sempre foi dito a Charity que ela era uma menina de sorte por ter sido criada em North Dorme, que a pequena cidade era um grande privilégio se comparada ao lugar de onde viera. Mas, Charity detesta o vilarejo e o descreve como:

“Um vilarejo das colinas, queimado pelo sol, maltratado pelo tempo, abandonado pelos homens, deixado de lado pela ferrovia, bondes, telégrafos e todas as forças que unem a vida das pessoas nas comunidades modernas. Não possuía lojas, teatros ou “área de negócios”: apenas a igreja, que abria em domingos alternados, se as condições da estrada permitissem, e a biblioteca, a qual não comprava livros novos há vinte anos, e onde os livros antigos se desfaziam serenamente nas estantes úmidas”.

A personagem trabalha na biblioteca todas as terças e quintas-feiras à tarde, emprego este que ela não gosta e o enxerga apenas como uma forma de ganhar dinheiro para que um dia ela consiga ter o suficiente para ir embora de North Dormer. É na biblioteca, durante o trabalho, que Charity conhece o jovem arquiteto Lucius Harney que veio visitar a região caçando casas antigas.

Charity se apaixona por Lucius e nele deposita todos os seus sonhos e esperanças de um futuro, os dois tem um caso as escondidas ignorando todo o decoro da época. É muito bonitinho acompanhar o encontro deles e a maneira como Charity se apaixonada pelo Lucius, lembrando que este livro é narrado pelo ponto de vista de Charity, então ela acaba ignorando muitas das convenções da sociedade em nome desse amor, afinal tudo vale em nome do amor independentemente de onde esse amor te leve, pelo o menos é nisso que Charity acredita rs.

“Sentiu sua cabeça ser abraçada por duas mãos: seu rosto foi virado para trás, e os lábios de Harney pressionaram os dela. Com repentino fervor, ele a abraçou, segurando a cabeça dela contra seu peito, enquanto ela lhe devolvia seus beijos”.

Embora o nome da personagem se chamar Charity, cuja tradução significa caridade, nossa mocinha não é nem um pouco caridosa, eu a acho bastante orgulhosa, um pouco egocêntrica e muito ingrata, fiquei bem frustrada pelo o modo como Charity cuida dos livros da biblioteca em que trabalha. Enquanto lia o livro fiquei me questionando sobre o nome da personagem e o porquê dela se chamar Charity, uma vez que de caridosa a personagem não tem nada, e acredito que seja devido ao fato de que ela foi levada para aldeia como uma caridade, e toda a vida dela é uma caridade.

Apesar de eu não ter gostado da personagem, acabei gostando bastante do livro, justamente pelo o modo como a Edith Wharton escreve, é uma leitura tão boa que te prende do início ao fim, e mesmo sem gostar nem um pouco da personagem, fiquei muito curiosa para saber como seria o fim da jornada dessa heroína. Edith Wharton se tornou uma das minhas autoras favoritas.

Sobre a autora: 
Edith Newbold Jones nasceu em 1862, em Nova York. Filha da aristocracia nova-iorquina, passou parte da infância na Europa, onde foi educada. Em 1885, casou-se com Edward Wharton, um baqueiro doze anos mais velho que autora. Após descobrir que o marido mantinha uma amante em Boston, entrou em depressão, e o médico a aconselhou um passatempo; foi quando ela decidiu começar a escrever. Separou-se do marido em 1913 e no ano de 1921, venceu o Prêmio Pulitzer de ficção, pelo romance A Época da Inocência, foi a primeira mulher a ganhar esse prêmio e acabou sendo considerada uma das maiores escritoras do século XX. Em seus livros, Edith Wharton criticou a sociedade burguesa norte-americana, os novos-ricos que tentavam se estabelecer num mundo onde tudo girava em torno do dinheiro e da velha aristocracia europeia e, fundamentalmente, a repressão sofrida pelas mulheres. A autora faleceu em 1937, não podendo finalizar seu último romance.

Deixei a sinopse para o final, pois ela contém um pouquinho de spoiler. Espero que vocês tenham curtido a resenha =).

Sinopse:
Charity Royall está desesperada para escapar do tédio daquela cidadezinha interiorana, onde os mexericos alimentam as almas. Embora carregue uma atitude de desdém em relação às opiniões dos outros, constantemente se compara a Annabelle Balch, uma habitante da cidade mais sofisticada de Springfield, educada e privilegiada. Quando surge uma oportunidade, ela convence o viúvo advogado Royall a exercer sua influência para ajudá-la a conseguir um emprego de meio período na biblioteca local, e espera economizar para se mudar de North Dormer. Foi quando Lucius Harney serve como catalisador para mudar o mundo de Charity. Apaixonada por ele, os dois têm um caso que vai mudar todo o futuro da inocente mocinha. Retornar à empobrecida Montanha, de onde Royall a adotara, ou se entregar ao mundo da prostituição? Terá ela outra alternativa senão uma dessas? Neste impressionante conto real, Verão simboliza o interlúdio entre a pobreza da menina resgatada da Montanha e o depois na vida de uma jovem. A distinção entre o amor e a luxúria. Qual deles Charity escolherá?

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